domingo, 20 de janeiro de 2008

Despedida

Por mim, e por vós, e por mais aquilo que está onde as outras coisas nunca estão deixo o mar bravo e o céu tranqüilo: quero solidão.
Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces ? - me perguntarão.
Por não ter palavras, por não ter imagem. Nenhum inimigo e nenhum irmão.
Que procuras ? Tudo.
Que desejas ? Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada. Levo o meu rumo na minha mão.
A memória voou da minha fronte. Voou meu amor, minha imaginação ...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão ! Estandarte triste de uma estranha guerra ... )
Quero solidão.

(Cecília Meirelles)
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Amar implica em saber a hora de partir.

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